Um dia após furo, Reuters não mais associava o MBL a “fake news”

Uma busca no Google retorna mais de meio milhão de resultados com o equívoco. Foto: Pexels / Pixabay

Mas veículos tradicionais que o replicaram mantinham o título original inalterado

O 25 DE JULHO DE 2018 amanheceu com uma notícia bombástica para o Movimento Brasil Livre. Um furo da Reuters dizia: “Facebook retira do ar rede de fake news ligada ao MBL antes das eleições, dizem fontes“. Mas, um dia depois, ao se clicar no mesmo link, vinha uma outra manchete: “Facebook retira do ar rede ligada ao MBL antes das eleições“.

É possível fazer a comparação com a cópia salva no cache do Google. Postos lado a lado, percebe-se como o conteúdo reverberado sem questionamento por boa parte da imprensa tradicional perdeu grande parte do apelo. A começar pelo título, que deixou de ter referência à disseminação de notícias falsas.

O novo lead traz mais detalhes da ação do Facebook, mas dessa vez evita tratar o MBL como “extrema-direita” – o que não fazia qualquer sentido para um movimento liberal.

O trecho em que fontes anônimas acusavam o MBL ganhou o acréscimo de um representante do Facebook, que negou qualquer identificação dos envolvidos.

É importante observar que a alteração foi feita no site da agência de notícia, mas alguns veículos que o replicaram mantinham a manchete inalterada até a redação deste texto.

Uma busca no Google com auxílio de aspas, o que demanda um resultado idêntico ao pesquisado, retorna mais de meio milhão de links replicando a informação equivocada.

Busca no Google.

Se veículos independentes tivessem se permitido deslize semelhante, poderiam ser denunciados pela disseminação de “fake news”, correndo sérios riscos de serem penalizados por motores de busca e redes sociais. Quando o problema se origina na imprensa tradicional, contudo, a própria imprensa costuma chamar o erro de “barriga”.

Por isso, talvez já tenha passado da hora de os veículos de imprensa reconhecerem a própria culpa na geração de desinformação.

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