O 25 DE JULHO DE 2018 amanheceu com uma notícia bombástica para o Movimento Brasil Livre. Um furo da Reuters dizia: “Facebook retira do ar rede de fake news ligada ao MBL antes das eleições, dizem fontes“. Mas, um dia depois, ao se clicar no mesmo link, vinha uma outra manchete: “Facebook retira do ar rede ligada ao MBL antes das eleições“.
É possível fazer a comparação com a cópia salva no cache do Google. Postos lado a lado, percebe-se como o conteúdo reverberado sem questionamento por boa parte da imprensa tradicional perdeu grande parte do apelo. A começar pelo título, que deixou de ter referência à disseminação de notícias falsas.
O novo lead traz mais detalhes da ação do Facebook, mas dessa vez evita tratar o MBL como “extrema-direita” – o que não fazia qualquer sentido para um movimento liberal.
O trecho em que fontes anônimas acusavam o MBL ganhou o acréscimo de um representante do Facebook, que negou qualquer identificação dos envolvidos.
É importante observar que a alteração foi feita no site da agência de notícia, mas alguns veículos que o replicaram mantinham a manchete inalterada até a redação deste texto.
Uma busca no Google com auxílio de aspas, o que demanda um resultado idêntico ao pesquisado, retorna mais de meio milhão de links replicando a informação equivocada.
Se veículos independentes tivessem se permitido deslize semelhante, poderiam ser denunciados pela disseminação de “fake news”, correndo sérios riscos de serem penalizados por motores de busca e redes sociais. Quando o problema se origina na imprensa tradicional, contudo, a própria imprensa costuma chamar o erro de “barriga”.
Por isso, talvez já tenha passado da hora de os veículos de imprensa reconhecerem a própria culpa na geração de desinformação.