Anthony Garotinho foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1998, cargo ao qual renunciaria em 2002 para se candidatar à Presidência da República. Rosinha Garotinho, esposa do presidenciável, seria eleita para o posto justo neste ano. Em 2006, seria a vez de Sérgio Cabral atingir tamanha graça, mas renunciaria em abril de 2014, abrindo caminho para Luiz Fernando Pezão, que conquistaria a reeleição naquele pleito.
Mas há uma outra coincidência incômoda entre os quatro citados. Todos eles, em dado momento, foram presos, sendo Pezão o mais recente. A operação Lava Jato do Rio de Janeiro baseou-se em delação de Carlos Miranda, o operador financeiro de Cabral. Segundo a denúncia, quando ainda era vice deste, o atual governador recebia mesadas de R$ 150 mil. Os pagamentos em espécie somariam R$ 40 milhões num período de 8 anos – em valores corrigidos pela inflação.
Dos ex-governadores eleitos ainda vivos, só Moreira Franco não passou por infortúnio semelhante. Mas o emedebista segue protegido pelo foro privilegiado concedido pelo governo Temer. Se tudo correr como esperado, a condição terá fim em 1º de janeiro de 2019, quando o governo Bolsonaro se iniciar.