Salário mínimo: PT mira em Bolsonaro e acerta no próprio pé

Salário mínimo: Haddad conta mentira e Gleisi ataca decreto de Dilma.

Salário mínimo: Haddad conta mentira e Gleisi ataca decreto de Dilma.

Foto: Ricardo Stuckert/PT

FERNANDO HADDAD publicou na quarta-feira (2) uma declaração enganosa: “Povo começou a se libertar do socialismo: salário mínimo previsto de R$ 1006,00 foi fixado em R$ 998,00. Sem coitadismo. Selva!”. Foi uma tentativa de ironia – “Selva!” é uma expressão militar que pode significar “vamos nessa”, “mandem brasa”, “tá tranquilo” ou “bom dia”, entre outros.

O professor se esqueceu de dizer três coisas:

1. Bolsonaro assinou o primeiro aumento real (ou seja, acima da inflação) do salário mínimo em três anos;

2. O aumento foi abaixo do autorizado pelo Congresso (os tais 1 006 reais) por causa da baixa expectativa de inflação, um presente do governo Temer;

3. A atual regra de reajuste do salário mínimo foi assinada por Dilma – duas vezes! Inaugurada em 2011 e depois prorrogada em março de 2015 para valer até 2019. 

Bolsonaro, portanto, está cumprindo a regra deixada por Dilma.

Mas o PT está satisfeito? É claro que não.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, informou nesta quinta (3) que o partido “prepara uma proposta de decreto legislativo para reverter a decisão” do Presidente. “Ele teve a oportunidade de mostrar à nação que podia dar aos mais pobres”, disse a senadora, que está de saída e foi rebaixada para deputada federal.

Após oito anos sem falar nada sobre a regra deixada por Dilma, o PT subitamente voltou a se lembrar dos pobres.

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