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Reunião sobre “farsa” em organização do MCTI termina sem afastamento dos líderes

UMA REUNIÃO REALIZADA NESTA SEXTA (11) para discutir o que foi chamado de “farsa” e “jogo de cartas marcadas” em e-mail enviado ao então ministro Gilberto Kassab terminou sem tomar uma decisão sobre o afastamento dos principais líderes da organização.

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) é uma organização social do Ministério da Ciência e Tecnologia. Pelos dados do Portal da Transparência, a organização recebeu R$ 13,6 milhões do governo federal em 2021, sendo mais de R$ 8,3 millhões do MCTI e outros R$ 5,3 milhões do MEC.

Em nota enviada ontem a A Agência, o MCTI informou que “afastar temporariamente os dois principais dirigentes da organização” estava na pauta da reunião.

Eles são o diretor-presidente Marcio de Miranda Santos (na foto, com o ministro Marcos Pontes) e o presidente do conselho de administração, Glaucius Oliva.

Uma nota técnica do MCTI assinada em dezembro de 2021 identificou “indícios de irregularidades” nos “eventos da sucessão da Presidência do CGEE, além da eleição do Presidente do Conselho de Administração do CGEE”.

Em julho de 2018, Rogério Cézar de Cerqueira Leite, então representante do ministério no conselho de administração do CGEE, alertou o então ministro Gilberto Kassab sobre irregularidades: “esta eleição seria então uma farsa, um jogo de cartas marcadas, uma ação entre amigos?”.

Segundo a nota técnica, “Não se tem informação disponível sobre se houve apuração dos fatos ou resposta ao referido e-mail do Sr. Rogério César (sic) Cerqueira Leite”, ou seja, Kassab não fez nada.

Segundo o artigo 47 do estatuto do CGEE, quem “for parte interessada em alguma deliberação (…) deve declarar conflito de interesse e abster-se de se manifestar ou tomar parte na discussão ou deliberação”. Apesar disso, Miranda Santos e Oliva participaram da reunião de hoje.

Procurado por A Agência, o MCTI não forneceu a ata da reunião e não respondeu às nossas outras perguntas.

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Publicado por
Cedê Silva