A AGÊNCIA tem mantido um acompanhamento não só das pesquisas com os cenários mais prováveis de primeiro turno, mas também as simulações de disputa em segundo. Nestas, é interessante observar como o nome de Fernando Haddad, o último a ser confirmado como candidato a presidente, tem se comportado.
Até 10 de setembro de 2018, em vinte levantamentos catalogados, jamais conseguiu superar Geraldo Alckmin, de quem perde por 14 pontos percentuais no Datafolha mais recente. Contra Marina Silva, há menos experimentos, mas em ambos observa-se uma derrota com margem superior a dez pontos. Contra Ciro Gomes, apenas o Datafolha de 7 de junho perguntou, para descobrir que o pedetista teria o dobro dos votos do petista.
O PT só tem algo a comemorar quando se atém a confrontos com Jair Bolsonaro. Meses antes, pesquisas menos conhecidas chegavam a desenhar uma goleada do militar. Mas a distância, que superava os 15 pontos, foi diminuindo aos poucos, até que no final de agosto já se falava em empate na margem de erro e, no primeiro terço de setembro, ainda que em situação de empate, pela primeira vez mostrou o ex-prefeito de São Paulo à frente.
Não à toa, em nota plantada no Valor Econômico quando da desistência de Lula, o partido explicitou que espera enfrentar Bolsonaro no segundo turno. Como não tem se observado qualquer uso bélico do PT contra o candidato do PSL, munição esta reservada a nomes como Ciro Gomes e Geraldo Alckmin – além do governo Temer – é de se concluir que o petismo de fato prefere atacar o candidato mais rejeitado – segundo Ibope e Datafolha – no turno final.
O que dá sentido à fase mais recente da campanha tucana, que vê em Bolsonaro a melhor chance do PT de voltar à Presidência da República. Por mais que isso irrite o eleitorado do líder na corrida eleitoral, não deixa de ser verdade.