A JUÍZA Luzia Divina de Paula Peixôto, da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, acolheu denúncia do Ministério Público e o ex-governador Fernando Pimentel (PT) se tornou réu por tráfico de influência e lavagem de dinheiro nas eleições de 2014. A decisão foi publicada no Diário da Justiça nesta quarta (27).
A ação já tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi remetida para a Justiça Eleitoral de Minas Gerais. De acordo com a denúncia, os crimes foram cometidos quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento, durante o primeiro mandato de Dilma (2011-2014).
Segundo o texto, “em agosto de 2011 o então Ministro recebeu o empresário do ramo imobiliário JOSÉ AURIEMO NETO, interessado na operação de aeroportos regionais no país. E, embora não fosse esse um assunto diretamente relacionado às atribuições do MDCI”, Pimentel “indicou que levantaria informações junto às instâncias decisórias do governo”.
Segundo delação premiada de José Auriemo Neto, da empresa JHSF, Pimentel “foi enfático ao afirmar que o grupo empresarial (…) poderia contar com o seu prestígio na interface com o Governo e sua proteção nos processos relacionados a aprovação do projeto junto a Secretaria de Aviação Civil”.
Por volta de setembro de 2012, o operador Benedito “Bené” Rodrigues começou a primeira “abordagem financeira correspondente ao prestígio empenhado”, em nome de Pimentel. As empresas do grup JHSF “efetuaram o pagamento da quantia correspondente ao tráfico de influência num total de R$ 4.255.000,00”, divididos em três partes:
Com a denúncia acolhida, resta o trabalho de julgá-la. O desempenho passado da Justiça Eleitoral não é muito alvissareiro. Em 2018, o TRE-MG negou pelo menos quatro pedidos de cassação contra o então governador. Nos dois últimos, Pimentel era acusado de abuso de poder econômico e uso de caixa 2 na campanha de 2014.
Também no ano passado, o TRE-MG decidiu por 4 votos a 3 que Dilma Rousseff poderia se candidatar ao Senado, ignorando a Constituição e o trabalho que eles deveriam exercer de corrigir a monstruosidade executada por Lewandowski na condução do impeachment no Senado. Nas urnas, o povo mineiro disse “de jeito nenhum”.
Leia também:
Políticos e mineradoras juntos em MG