Reforma da previdência é pra ontem. O áudio da JBS custou mais caro do que imaginamos. Foto: Caio Resende/Pexels
DAQUI A APENAS VINTE ANOS, o Brasil terá mais idosos (acima de 65 anos) do que crianças abaixo dos 14. Os dados são da pesquisa Projeção de População do IBGE, divulgada nesta quarta-feira (25). Os números mostram a absoluta urgência da reforma da previdência.
O Brasil tem hoje 208 milhões de habitantes, número que deverá chegar aos 233 milhões em 2047 e depois começar a diminuir. Os dados do IBGE mostram que hoje a razão de dependência da população é de 44%: 44 pessoas com menos de 15 e com mais de 64 anos dependem de cada grupo de 100 pessoas em idade de trabalhar (15-64 anos).
Em 2039 a razão de dependência deverá ser de 51%, e chegar a 67% em 2060.
Em junho de 2016, às vésperas das Olimpíadas, o governo do Rio de Janeiro decretou calamidade financeira.
O Rio Grande do Sul fez o mesmo em novembro daquele ano. Segundo o IBGE, será o primeiro estado onde os idosos superarão as crianças, já em 2029.
E logo depois dos gaúchos, foi a vez de o governo de Minas Gerais também decretar calamidade financeira, em dezembro de 2016. O governador Fernando Pimentel, quem diria, agora fala em fazer uma reforma da previdência no estado se for reeleito.
Apesar de três dos estados mais prósperos do Brasil terem decretado calamidade financeira no mesmo ano, a esquerda não se convenceu da necessidade de uma reforma da Previdência, assunto enterrado em 2017 depois do áudio gravado por Joesley Batista e divulgado durante o mandato de Rodrigo Janot.
Um bebê nascido hoje começará a procurar estágio ou emprego por volta de 2039. Para viver em um país viável, precisa que os adultos de hoje se sentem, olhem os números, formulem e aprovem uma reforma da previdência. Tanto melhor se os pais dele investirem em alguma previdência privada desde já.