FLÁVIO BOLSONARO precisa renunciar.
Sua situação já ficou insustentável faz vários dias. Mudou de versão sobre ser ou não investigado no caso do Coaf. Aguardou o plantão de Luiz Fux para entrar com uma reclamação. Não explicou por que fez dezenas de depósitos de 2 000 reais em poucos minutos em vez de ir à boca do caixa. E Fabrício Queiroz, após uma entrevista pra lá de maluca, refugiou-se em um dos hospitais mais caros do País, sem emitir boletins médicos, e depois sumiu de cena.
Como a serpente que é, Renan Calheiros já se insinuou para os lados de Flávio após vê-lo mordendo da laranja proibida. (Renan manda no STF. Demonstrou isso com folga durante o impeachment, quando se gabou ao microfone de sua influência sobre a corte. Meses depois, se recusou a receber um oficial de Justiça com notificação do Supremo. Mesmo assim, a maioria dos ministros entendeu que Renan poderia presidir o Senado mesmo sendo réu; só não poderia assumir a Presidência…).
Com tudo isso, Flávio Bolsonaro se tornou um liability – um obstáculo, uma inconveniência.
E as notícias desta terça-feira (22) tornaram ainda pior o que já era péssimo. Operação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu cinco suspeitos de integrarem uma milícia. Outras oito pessoas são procuradas. Uma delas é o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães. Ele já foi preso duas vezes, suspeito de ligações com a máfia dos caça-níqueis.
A mãe de Adriano, dona Raimunda, trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro por dois anos e meio. Tinha salário líquido de mais de 5 000 reais. Relatório do Coaf mostra que ela depositou 4 600 reais na conta de Fabrício Queiroz. A mulher de Adriano, Danielle, também trabalhou para Flávio, com o mesmo salário da sogra.
Em 2003, o já deputado estadual Flávio Bolsonaro propôs moção de louvor e congratulações ao hoje ex-caveira.
O Intercept Brasil teve acesso a um inquérito da Justiça. Segundo reportagem publicada na sexta (18), pelo menos seis testemunhas citam “um ex-capitão do Bope” como o assassino da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O texto não cita o nome do ex-policial, mas afirma que ele foi “expulso da PM por envolvimento com um dos principais clãs da máfia do jogo do bicho”.
Flávio Bolsonaro precisa renunciar. Não pelo seu nome, de sua família ou pelo governo de seu pai. Mas porque sua presença no Senado seria um obstáculo para o País.
O Presidente chama os filhos mais velhos conforme o jargão militar. O mais velho é o 01, e assim por diante. O chamado a Flávio Bolsonaro precisa ser feito em linguagem que ele consiga entender. “Renuncia, Flávio” não é o suficiente. Por isso:
Pede pra sair, 01.