Brasil

Suposto parecer da ONU não ajudou Lula por causa de Dilma Rousseff

PRIMEIRO, a imprensa noticiou que o Comitê dos Direitos Humanos defendera que o Brasil garantisse direitos políticos a Lula mesmo com o ex-presidente cumprindo pena em regime fechado por corrupção e lavagem de dinheiro. Depois, a própria ONU fez questão de destacar que o comitê é composto de especialistas independentes, não podendo o parecer ser entendido como da Organização das Nações Unidas, mas do órgão específico. Ainda assim, e possivelmente apostando no tumulto, o PT encarou o parecer como o documento que libertaria Lula. Contudo, por causa de Dilma Rousseff, isso não tem a menor chance de ocorrer.

Ao menos é esse o entendimento do governo Temer. Conforme destacou a Coluna do Estadão, a recomendação não tem valor jurídico no Brasil porque o governo Dilma “não deu andamento à tramitação do Protocolo Adicional ao Pacto de Direitos Civis e Políticos“. Dados os devidos passos, o petismo poderia nutrir um mínimo de esperança de essa gritante interferência externa em assuntos da Justiça brasileira vingar.

O protocolo foi um dos mais de trezentos acordos internacionais cuja tramitação ficou paralisada durante o governo Dilma Rousseff. Mesmo que o pacto estivesse vigente, o governo diz que as decisões do comitê da ONU não são vinculantes.”

De qualquer forma, o tema precisará ser abordado pelo TSE. Ironia do destino, por causa de Jair Bolsonaro. Na ação que contesta a candidatura de Lula, o advogado do presidenciável citou o assunto.

Vale destacar junto à opinião pública que a “liminar” não é liminar, não é da ONU, e as decisões do texto já são cumpridas pelo Brasil. Do contrário, aumenta-se o risco de Fernando Haddad, vice de Lula até a redação deste texto, colocar em prática o mesmo dispositivo que fez da Venezuela, que já foi uma das democracias mais prósperas do continente, uma das ditaduras mais lamentáveis do mundo.

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Publicado por
Marlos Ápyus