ABRAHAM WEINTRAUB FOI anunciado nesta segunda (8) por Jair Bolsonaro como sendo doutor. Na verdade, ele só tem mestrado. O caso lembrou o de outros políticos que disseram ter títulos acadêmicos que não têm.
O mais famoso é o de Dilma Rousseff. Seu currículo Lattes informava que ela “cursou mestrado e doutorado” pela Unicamp. Reportagem da Piauí em 2009 mostrou que a então ministra nunca concluíra a elaboração e a defesa de dissertação e tese, necessários para ser mestra e doutora respectivamente. O texto passou a informar que a aluna “concluiu os respectivos créditos”.
Numa espécie de contra-ataque à verdade, o então líder da bancada petista no Senado, Aloizio Mercadante, disse que estavam errados os livros informando que José Serra era formado em Engenharia Civil pela USP. Serra respondeu que o petista era um “conhecido mitômano, especialista em dossiê de aloprados”, e que era de conhecimento público que ele não concluiu a faculdade por ter sido exilado durante a ditadura.
O próprio Mercadante mentiu sobre o currículo. Em debate na TV Gazeta, em 2006, disse: “fiz meu mestrado e doutorado na Unicamp“. Na verdade, ele só defenderia o doutorado em 2010, com a tese As bases do Novo Desenvolvimento no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010).
Voltando à Nova Era, há o caso de mais pelo menos dois ministros. Vamos começar pelo do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em 2012, ele publicou um artigo na Folha e assinou assim: “mestre em direito público pela Universidade Yale”. A informação foi repetida no programa Roda Viva em 2019. Em fevereiro, o ministro admitiu que não estudou em Yale.
A ministra dos Direito Humanos, Damares Alves, já se apresentou para plateias como mestre em educação e em direito. Ela não tem mestrado.
Nem Salles nem Damares têm sequer currículo Lattes.
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