UM PROTESTO DE PREFEITOS nesta segunda-feira (17) contribuiu para adiar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais a votação do Femeg, um fundo que livraria o governador Fernando Pimentel (PT) da Lei de Responsabilidade Fiscal. Aprovado em 1º turno no dia 4, o projeto já havia entrado em pauta na quinta passada (13), também sem nova votação.
A ideia do Fundo Extraordinário do Estado de Minas Gerais é quitar as (muitas) dívidas com dinheiro que o Palácio da Liberdade tem a receber de compensação pela Lei Kandir. Acontece que esse tal dinheiro nunca chega; essencialmente, Pimentel quer sanar suas dívidas com o ovo dentro da galinha (e uma galinha bem difícil).
Prefeitos integrantes da Associação Mineira de Municípios (AMM) encheram as galerias da Assembleia. O prefeito de Moema e presidente da AMM, Julvan Lacerda (MDB), afirmou que Pimentel desviou dinheiro devido às prefeituras e chamou o projeto de “fundo fictício”. A expectativa dos prefeitos é que a aprovação do Femeg tornaria ainda mais difícil receber o que o governo estadual lhes deve.
Julvan é velho conhecido dos leitores de A Agência: nos deu entrevista em junho, no congresso da AMM no Mineirão; e de novo em agosto, em protesto dos prefeitos contra o governador.
Não custa lembrar: o deputado estadual Agostinho Patrus (PV) votou a favor do Femeg em 1º turno. Candidato a presidir a Assembleia no biênio 2019-2020, tem apoio do NOVO, partido do governador-eleito Romeu Zema.