O problema não é a doutrinação, é a sonegação de conhecimento

Foto: Stefan Schweihofer / Pixabay
Foto: Stefan Schweihofer / Pixabay

Encanta e ao mesmo tempo causa desespero, uma vez concluído o terceiro grau, participar de discussões sobre os mais variados temas não na academia, mas no mundo real. Porque, nos fóruns mais adequados, descobre-se todo um universo de teorias e visões de mundo das quais a educação brasileira nem se aproxima. Ao se constatar que as graduações se constroem por aqui em sintonia com um discurso político de esquerda, vem a desconfiança de que os estudantes não são ensinados, mas doutrinados. Contudo, a expressão “doutrinação” não parece comportar bem o problema ora observado.

Porque levanta a suspeita de uma ação coordenada. Quando parece mais crível que os próprios professores são vítimas de um sistema viciado. Ao ponto de não perceberem a massa de conhecimento que não entregam por simplesmente nem possuírem.

O Escola Sem Partido peca por oferecer um remédio que há de findar em efeitos colaterais potencialmente piores. Mas perceber isso não implica em defender que não há o que ser resolvido. Há. O tema, no entanto, é por demais delicado para ser terceirizado a uma fiscalização estudantil.

Cabe ao Estado, pai dessa anomalia, assumir a responsabilidade. E, do alto da pirâmide, fazer as reformas que serão replicadas por toda a base.

Para o Início