Nove em dez médicos formados em cidades pequenas migram

Foto: Elly / Pixabay

Para Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do estudo Demografia Médica, que monitora esses dados, apesar da tentativa de interiorização, ainda não há certeza de que os estudantes vão continuar nestes locais, onde há tradicionalmente menos médicos.

Ele cita trabalho que mostra que 93% dos estudantes que se formaram entre 1980 e 2014 em cidades com menos de 100 mil habitantes migraram após a formação.

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A interiorização dos cursos de medicina tem, entre outros motivos, a intenção de facilitar a formação de profissionais que possam atuar no interior. Mas, como se vê, mesmo nestas praças as escolas são tomadas por membros dos grandes centros, grande parte com ajuda de um ENEM que coloca em pé de igualdade estudantes de um Brasil de realidades tão distintas.

Por esse caminho, o país continuará dependente de mão de obra estrangeira, como a cubana.

Talvez fosse o caso de reservar vagas para estudantes do próprio interior. E, claro, ter paciência para aguardar os seis anos de formação até que a primeira turma receba o diploma.

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