Ao contrário de outras iniciativas do tipo, o Uruguai não entregou a legalização da maconha ao Mercado, mas ao Estado. Com cautela acima da média, o país vem desde 2013 permitindo a comercialização do entorpecente, ocorrendo um salto liberal em 2017, quando também permitiram uma pequena entrada da iniciativa privada no jogo. Talvez por isso, os resultados esperados ainda sejam tímidos. Meia década depois, a droga legalizada representa apenas um quarto do consumo local.
Calcula-se que o mercado consumidor de maconha movimente 40 milhões de dólares (152 milhões de reais) por ano no Uruguai, dos quais 10 milhões já passaram ao setor legal da economia.
Legalização da maconha intensifica violência entre traficantes no Uruguai
Na outra ponta, mas como efeito colateral alertado por críticos, o narcotráfico não se deu por vencido. Conforme destacado na reportagem do El País, a briga por um número menor de usuários tem promovido uma intensificação da violência. O que gera uma justificada preocupação, ainda que parte desses críticos defenda que “bandido bom é bandido morto”.
Ao fim, confirma-se a delicadeza do tema. Com a população menor que a de algumas capitais brasileiras, o Uruguai funciona como o experimento que toda a América Latina demanda. Os erros que forem cometidos lá não podem ser reprisados em outros territórios. Por uma questão de vida ou morte.