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Não parece, mas Temer fez o sucessor

O movimento nem foi sutil, mas poucos perceberam. O governo Temer até teve paciência e aguardou alguma reação da campanha de Geraldo Alckmin. Mas, já nas últimas semanas do primeiro turno, mergulhou de cabeça na campanha de Jair Bolsonaro. Foi quando o “centrão” passou a declarar apoio ao candidato do PSL.

No início de outubro, em movimento pouco claro, um general passou a trabalhar dentro do gabinete do presidente do STF, que logo fez afagos aos militares dizendo não perceber qualquer tipo de golpe em 1964. Dali em diante, o TSE praticamente apitou todas as faltas contra o lado que venceria, e reservou generosa vista grossa aos deslizes que prejudicavam o futuro perdedor.

Não à toa, a campanha de Bolsonaro parecia bem articulada com Brasília, em constante diálogo com a Presidência da Câmara Federal e mesmo com a agenda do Palácio do Planalto. Nada do tipo chegou ao noticiário em relação a Fernando Haddad.

Em outras palavras, o candidato anti-establishment logrou êxito justo com a boa vontade do próprio establishment, que não queria ver o PT nem pintado de verde e amarelo.

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Publicado por
Marlos Ápyus