DEZESSEIS INTEGRANTES de missões médicas cubanas à Venezuela descreveram ao New York Times um sistema de manipulação política no qual seus serviços eram realizados para garantir votos ao Partido Socialista de Maduro, muitas vezes por meio de coerção. A reportagem foi publicada neste domingo (17).
Entre as táticas, estavam desde lembrar aos pacientes para votarem no governo a negarem tratamento a eleitores da oposição.
O texto começa descrevendo o caso de um paciente de 65 anos que chegou a uma clínica precisando de oxigênio. Mas o médico Yansnier Arias foi impedido pelos seus supervisores venezuelanos e cubanos de realizar o tratamento, porque os tanques de oxigênio deveriam ser preservados para mais perto da eleição.
Médicos cubanos também contaram que receberam ordens para baterem de porta em porta em bairros pobres, oferecendo remédios e alertando aos moradores que perderiam acesso a atendimentos se não votassem em Nicolás Maduro e nos candidatos apoiados por ele. Alguns médicos contaram que foram instruídos por seus supervisores a fazerem o mesmo em consultas a portas fechadas com pacientes de doenças crônicas.
Uma supervisora cubana chegou a contar que ela e outros profissionais receberam títulos de eleitor falsificados para votarem na Venezuela.
A maior parte dos médicos cubanos falou em condições de anomimato ao jornal americano por temerem retaliação por parte de autoridades de Cuba e Venezuela.
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