ANDRÉ JANONES ESTÁ APAVORANDO as tchutchucas do Centrão por trollar os trolls.
Ser um troll de internet está na essência do bolsonarismo – publicar mensagens ofensivas, nojentas e mentirosas que provoquem reações, especialmente raiva e indignação.
Quando o multibilionário tiozão de churrasco Elon Musk anunciou a compra do Twitter, os bolsonarentos ficaram eriçados. Até publicaram a hashtag #BolsoMusk. O troll mais rico do mundo iria comprar a praça para eles brincarem à vontade, podendo “humilhar” e “mitar” a “esquerdalha” e os “wokes”, com ampla “liberdade de expressão”.
Agora os viroafetivos estão se contorcendo de dor porque descobriram a própria kryptonita: alguém que aja como eles próprios.
II.
Na era da pulverização das redes, há muitos “famosos quem”. “O famoso quem?”. Pois é.
Nos anos 90, o critério de fama era simples: ou você aparecia no Faustão e era famoso, ou não. E pronto.
Com as redes, existe muita gente muito famosa da qual você nunca ouviu falar. Mas se você nunca assistiu a Game of Thrones a série foi um enorme sucesso de audiência do mesmo jeito.
André Janones foi o 3º deputado federal mais votado em Minas Gerais em 2018, com quase 180 mil votos.
É um fenômeno das redes: quase 8 milhões de seguidores no Facebook, 2 milhões no Instagram.
Pedro Fernando Nery explicou bem no Estadão como Janones ficou tão famoso: falando do trabalho dos outros.
Janones não é autor nem relator das propostas do auxílio emergencial/Auxílio Brasil, mas conquistou 2% das intenções de voto em pesquisas eleitorais fazendo inúmeras lives a respeito.
É também viciado em carimbar com “URGENTE” as suas publicações, como fazem também os sites de fake news e os canais de notícias na TV.
III.
Janones chegou a se registrar como candidato à Presidência pelo Avante, e até seria entrevistado pelo Jornal Nacional ao vivo nesta semana.
Desistiu de concorrer para se juntar à campanha de Lula. Agora usa sua expertise na internet para trollar os bolsonarentos, os viroafetivos e os milicianos.
Uma das práticas de Janones é usada por bullies na escola e pelos trolls milicianos. Consiste em dar a entender alguma coisa, sem dizer expressamente.
Assim, se alguém reclamar, Janones sempre poderá responder algo do tipo “Eu não disse isso, foi você que entendeu”.
No domingo (21), Janones tuitou: “Algo me diz que o @LucianoHangBr. nunca mais mexe comigo. Algo me diz👀”.
Dois dias depois, a PF foi atrás de Hang e outros empresários bolsonaristas.
A papagaiada bolsonarista ficou assanhada, alegando que Janones soube antes da operação.
Mas Janones nunca falou em operação nenhuma.
Nesta quinta (25), Janones fez ataque semelhante.
Escreveu: “Nos grupos de compra e venda do face, tão espalhando que o Luciano foi preso e que agora parece que vão prender também os filhos do bozo! 😮 Acho sacanagem demais esse tipo de fake News, mas é como aprendi com meu amigo @BolsonaroSP: liberdade de expressão acima de tudo neh? 🥰”.
Janones está fazendo como fazem bolsonaristas: repassando um boato que “tão espalhando”. Ele próprio não está afirmando nada!
Ou como fez Daniel Silveira falando de Fachin: “Por várias e várias vezes já te imaginei tomando uma surra“. Um mero suspiro de sua criativa imaginação.
Janones até mesmo copiou a palavra-de-ordem “eu autorizo!”, usada pela turba dos viroafetivos.
IV.
Como se não já estivesse claro o bastante, Janones publicou este cartum no Twitter, que o mostra interagindo com o vereador licenciado Carlos Bolsonaro.
Lembram quando os bolsoafetivos celebraram com entusiasmo a capa da IstoÉ com o Bolsoringa?
O Bolsoringa deu cria, e está bolsoringando os bolsoringuentos.