Como senhoras indecisas podem ajudar Alckmin

Entre os indecisos, senhoras acima de 45 anos são maioria. Foto: CC0 License/Pexels

QUEM DECIDE A ELEIÇÃO no Brasil? Se olharmos os pleitos de 2010 e 2014, a resposta é simples: os eleitores de Marina Silva. Em ambos os casos, nem Dilma nem o candidato do PSDB tiveram votos o suficiente para vencer em 1º turno. Os eleitores de Marina – 19 milhões em 2010 e 22 milhões em 2014 – se encarregaram do resultado final no 2º turno.

Há uma outra perspectiva para esta questão. Como ainda não sabemos o resultado da eleição de 2018, podemos analisar o perfil do eleitorado. Já sabemos, por exemplo:

E sabemos também outras coisas.

Em vídeo publicado na quarta-feira (1º), William Waack chama a atenção para o fato de que o Brasil tem 38 milhões de eleitores sem o ensino fundamental completo. E mais importante: pela primeira vez, o grupo com maior peso no eleitorado será aquele de 45 a 59 anos, consequência do envelhecimento do Brasil.

Vamos olhar agora dados do Datafolha publicados em junho. Na pesquisa espontânea (quando o entrevistador não diz os nomes dos candidatos), as mulheres são maioria entre os que respondem “não sei”: 54%, contra 38% dos homens. O “não sei” também é maior entre os com baixa escolaridade e de menor renda.

Na pesquisa estimulada, as mulheres indecisas também superam os homens: 8% delas contra 2% deles. E novamente as pessoas de baixa escolaridade têm maior proporção de indecisos (9%) que as com ensino superior (3%). É praticamente o perfil inverso do líder nas pesquisas:

“O presidenciável do PSL também se destaca entre os eleitores com curso superior (25%) (…) mas é nas camadas mais ricas do eleitorado que a preferência por seu nome dispara: tem 13% entre os mais pobres (…) Entre quem tem renda entre 5 e 10 salários, a distância de Bolsonaro (29%) (…) é ampliada. Por fim, entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários, ele alcança 34% (…)”.

O eleitorado de Bolsonaro é até agora mais jovem, mais masculino, mais escolarizado e mais rico que a média do Brasil. E a grande fatia de indecisos é formada por senhoras mais velhas, menos escolarizadas e mais pobres. Esse público tem mais chances de tomar uma decisão baseada no horário eleitoral na TV – do qual Alckmin deve ter mais de 40% do tempo. Será o trunfo do ex-governador para tentar convencer as senhoras indecisas.

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