O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ENVIOU nesta segunda-feira (25) para todas as escolas do País um e-mail pedindo para que, na volta às aulas, seja lida uma carta do ministro Vélez Rodríguez às crianças, e executado o Hino Nacional. A cerimônia deve ser gravada em vídeo, e os trechos enviados à equipe do MEC. O furo foi da repórter Renata Cafardo no Estadão.
O hasteamento da Bandeira Nacional já é obrigatório durante o ano letivo, ao menos uma vez por semana, desde 1971. É o que diz a Lei nº 5 700, em seu artigo 14. Foi assinada por Emílio Médici.
Em 2009, o presidente em exercício José Alencar e o ministro Fernando Haddad assinaram a Lei nº 12 031, que tornou obrigatória a execução do Hino Nacional “[n]os estabelecimentos públicos e privados de ensino fundamental”.
A carta do MEC, portanto, não tem nada a ver com o Hino Nacional, apesar da insistência dos robôs e bolsominions de plantão.
Os problemas são múltiplos e outros:
Desvio de função. O MEC é pago para cuidar da educação e não para produzir vídeos.
Ingerência indevida. Não cabe a um ministro pedir que uma comunicação sua seja lida a pessoas que não são seus subordinados, especialmente crianças.
Uso de imagem. O MEC não pode induzir escolas a enviarem imagens de crianças, especialmente sem autorização dos pais.
Uso da máquina. Vélez Rodríguez conseguiu enviar e-mails a todas as escolas do País unicamente por ser ministro da Educação. É um uso perverso de mala direta.
Slogan eleitoral. Vélez Rodríguez não pediu apenas que seja executado o Hino, mas “que seja lida a carta que segue em anexo nesta mensagem”. O texto encerra com o slogan eleitoral de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
A ideia do Janine Ribeiro da direita, portanto, não tem um único defeito por causa da música. Podia até ser a música do Sonic. Os defeitos são outros, e muito graves.
Leia também:
No MEC, Vélez Rodríguez indica gente como ele: sem experiência