O MINISTRO DA ECONOMIA, Paulo Guedes, apresentou parte da reforma da Previdência em entrevista à TV estatal NBR na noite desta quarta-feira (20).
Guedes chamou o atual sistema previdenciário de “arma de destruição em massa de empregos”, e afirmou que as novas regras vão reduzir privilégios, fraudes e desigualdades.
Nas contas do ministro, 46 milhões de brasileiros vão envelhecer sem contribuir com o INSS, pois são trabalhadoras informais. E isso, no entendimento dele, é uma bomba-relógio: “essas pessoas estão condenadas a uma aposentadoria pobre, porque irão quebrar o sistema”.
Guedes afirma que todos os brasileiros entraram na reforma, entregue nesta quarta-feira ao Congresso pelo presidente Bolsonaro.
Quem ganha menos vai pagar menos. Quem ganha mais irá pagar mais – ou pelo menos essa é a promessa. “75% dos brasileiros têm salários que só vão até 2 salários mínimos”, disse. E as contribuições deste grupo serão reduzidas.
As mudanças afetariam principalmente os mais ricos: “Quem está usufruindo da aposentadoria precoce são justamente as classes mais favorecidas. Quando se passa a idade para 65 anos, os mais pobres já estão se aposentando com 65 anos.”
A expectativa é de que a reforma no calibre enviado ao Congresso economize R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos. Guedes diz que sentiu boa vontade da parte dos presidentes da Câmara e do Senado. E está otimista. Reforçou: cada vez que reduzirem o tamanho da reforma, estarão “sacando do futuro dos nossos filhos e netos”.
A entrevista durou cerca de 20 minutos e concluiu sem grandes detalhes técnicos. A estratégia parece ser dirigir-se à opinião pública, que por sua vez vai afetar o Congresso.
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