O MINISTRO GILMAR MENDES, do STF, admitiu nesta quinta-feira (14), em plenário, que existe uma disputa de poder entre a turma da Lava Jato e os integrantes dos tribunais eleitorais. Declarou, como pode ser visto em vídeo no Jornal Nacional:
“O que se trava aqui, a rigor, a par de um debate sobre competência é uma disputa de poder, é uma disputa de poder. E se quer ganhar a fórceps, constranger, amedrontar as pessoas. Mas, fantasma e assombração aparecem para quem neles acredita. Nós vimos, são métodos que não honram instituições”.
Uma apertada maioria de 6×5 decidiu que crimes conexos ao caixa 2, como corrupção e lavagem de dinheiro, podem ser julgados pela Justiça Eleitoral. A minoria entende que nesses casos as avaliações devem ser repartidas: o caixa 2 fica mesmo com os tribunais eleitorais, enquanto a Justiça comum julga os crimes comuns. É o que foi feito na Lava Jato. Sergio Moro estava na Justiça Federal e não em um tribunal eleitoral.
A notícia sobre a decisão no site do STF omite essa declaração de Gilmar Mendes. Preferiu destacar a frase do ministro que afirmou que a decisão “demonstra uma continuidade normativa”. Continuidade com os últimos cinco anos é que não.