A ELEIÇÃO presidencial de 2014 demandou a participação de 142,8 milhões de brasileiros. Quatro anos depois, o total de eleitores superou os 147,3 milhões, um crescimento de 3,14 pontos percentuais. Trata-se de um dado que se aproxima dos 3,3% de crescimento populacional estimado pelo IBGE no mesmo período. Mas um outro destacado pelo TSE apresentou uma estranha anomalia.
Quando Dilma Rousseff enfrentou Aécio Neves no segundo turno, pouco mais de 354 mil cidadãos participaram do pleito em outros países. Agora são 500 mil, uma massa 41,37% maior, resultante de um crescimento proporcional e cabalisticamente 13 vezes superior.
Não que o êxodo de 146 mil eleitores necessariamente cause graves preocupações, mas parece confirmar que o desejo de fugir da crise política dos governos Dilma e Temer não só era real, como se concretizou para quem tinha condições de ir embora.
O site do Tribunal Superior Eleitoral consegue traçar um breve perfil deste eleitorado. A maior parte é composta de mulheres (58%), principalmente entre 35 e 49 anos (42%), casada (49%), com terceiro grau completo ou incompleto (48%). Neste grupo, apenas 13% não passou do ensino fundamental. Dentre os que continuam no Brasil, a fatia extrapola os 46 pontos.
Em outras palavras, tende a confirmar as suspeitas de que a recessão rendeu uma fuga de cérebros, ou daqueles indivíduos que mais teriam condições de ajudar a nação a sair do sufoco. E ela não tem conseguido escapar do buraco em que se enterrou.