Dias Toffoli admitiu que o auxílio-moradia servia apenas para elevar os salários do judiciário

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

“Se não tivesse a sanção desse subsídio, o auxílio-moradia ia continuar, vamos jogar francamente.”

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Michel Temer sancionou o tão criticado aumento do judiciário. Na mesma data, Luiz Fux revogou o auxílio-moradia para juízes, integrantes do Ministério Público, Defensorias Públicas e Tribunais de Contas. Se a articulação com tons de chantagem já parecia clara, o presidente do STF tornou tudo explícito ao admitir que o benefício funcionava apenas como um falso aumento de salário para o judiciário.

Isso (o aumento) é resgatar a dignidade da magistratura, do Ministério Público, e a gente não ter que viver com o pires na mão de um auxílio-moradia. Se não tivesse a sanção desse subsídio, o auxílio-moradia ia continuar, vamos jogar francamente. Não adianta querer enfrentar a realidade. A realidade está ali: se cai o auxílio-moradia e não tem subsídio, a magistratura para. Para, acabou. Quem é que vai pôr as pessoas na cadeia? Eles vão se “auto-pôr” na cadeia? Todo poder tem muito poder.

Toffoli: ‘Se cai o auxílio-moradia e não tem subsídio (reajustado), a magistratura para’

A fala harmoniza com outro pronunciamento infeliz, no caso, de Sérgio Moro. E escancara outra realidade: a Justiça brasileira desceu a tal nível que já nem se esforça mais para disfarçar os movimentos mais questionáveis.

O judiciário ainda não compreendeu o que aconteceu nas urnas de 2018. Ou, se compreendeu, simplesmente não se importa.

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