A QUEDA DO PIB da Venezuela em 47% desde o fim de 2013 faz da administração de Nicolás Maduro uma das maiores catástrofes econômicas da história moderna. A análise é do repórter Matt O’Brien no Washington Post e foi publicada na sexta (1º).
A destruição da produção de riqueza na Venezuela tem o dobro da gravidade da que ocorreu na Grécia durante sua crise com o euro, e, “se as tendências continuarem”, será pior do que a crise de hiperinflação no Zimbábue ou a situação na Ucrânia após o colapso do comunismo.
O FMI estima que a inflação na Venezuela chegará a 10.000.000% no fim deste ano. Para O’Brien, será de “apenas” 112.000%. Mais de 3 milhões de pessoas já deixaram o país (leia: Êxodo da Venezuela pode ultrapassar o da Síria).
“Os controles de preços que o governo tem usado para negar esta realidade”, escreve ele, “levaram apenas à escassez de comida e remédio
no país – para quê encher suas prateleiras se você é forçado a vender com prejuízo?”.
O’Brien argumenta que o problema não foi o socialismo. “A história simples é que o governo tomou um setor da economia depois do outro – aço, mineração, agricultura, para citar alguns – e se livrou de pessoas que eram boas em seus empregos para trazer outras que eram boas em serem leais”. Bom, o nome disso é exatamente socialismo (e a descrição lembra algum outro país?).
Tem mais: “os chavistas, entenda, haviam demitido a maior parte dos engenheiros experientes [da indústria do petróleo] que faziam greves contra eles, expulsaram empresas estrangeiras que sabiam o que estavam fazendo, e de forma geral trataram a estatal de petróleo [PDVSA] como um cofrinho do qual podiam tirar dinheiro sem ter que colocar de volta, mesmo enquanto a produção de petróleo caía por falta de investimento”.
Parece até uma série da Netflix!
E depois O’Brien resume:
“A melhor forma de pensar sobre o regime chavista, portanto, é como uma máfia extremamente concentrada no curto prazo”.
O difícil é saber quem ensinou quem: se os chavistas foram professores pro PT ou se o PT é quem ensinou pros chavistas.
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