Brasil

Depois do Ronaldinho dos negócios, o Ronaldinho das redes sociais

O capitão reformado disse que “é importante ter o filho ao seu lado” e que ele é “fera nas mídias sociais”. Ele ponderou, contudo, que Carlos ainda está na dúvida se deve aceitar o posto.

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Para ser justo com a história, Lula nunca chegou a cravar a frase que alguns colunistas políticos reverberaram (a saber: “que culpa tenho eu se meu filho é o Ronaldinho dos negócios?“). Mas o teor se assemelhava. Ao explicar a um leitor da Folha de S.Paulo como o próprio filho conquistara um contrato milionário com a Telemar, usou Ronaldinho como exemplo de profissional raro que assinava contratos muito acima da média.

Pergunta do leitor – Tenho 61 anos, sou pai de quatro filhos adultos, todos com curso superior, mas com dificuldades de bons empregos ou de empreender. Como é que o seu filho conseguiu virar empresário, sócio da Telemar, com capital vultoso de R$ 5 milhões?

Lula – Primeiro, o meu filho se associou a companheiros que já tinham produtora há muito tempo. Aqueles meninos já tinham produtora há mais de dez anos em Campinas. Eles fizeram um negócio que deu certo. Deu tão certo que até muita gente ficou com inveja. (…)

E se alguém souber de alguma coisa que meu filho tenha cometido de errado, é simples: o meu filho está subordinado à mesma Constituição a que eu estou. Porque deve haver um milhão de pais reclamando. Por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho.

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O caso veio à memória no que Jair Bolsonaro apareceu num blog simpático ao governo dizendo que Carlos Bolsonaro seria “fera nas mídias sociais“. Porque talvez seja, mas não no sentido empregado.

Durante a campanha, os perfis comandados pelo terceiro filho do presidente eleito não escondiam a virulência, alimentavam boatos, perseguiam desafetos e, estranhamente, agiam em milimétrica sintonia com um bom número de outros perfis que protagonizavam verdadeiros assassinatos de reputação. Era uma fera, um animal selvagem.

Isso não é currículo de quem lidere uma secretaria cuja função é manter um diálogo minimamente saudável com jornalistas.

Ou, como todo bom pai, Bolsonaro viu no filho o Ronaldinho que este nunca foi, ou de fato não tem qualquer apreço pela liberdade de imprensa.

Ou ambos.

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Publicado por
Marlos Ápyus