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Déficit de Minas ultrapassa os de RJ e RS somados

O DÉFICIT DE MINAS GERAIS para 2019 ultrapassa os dos governos do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul juntos. Os números levam em conta as estimativas do governo Romeu Zema (NOVO).

A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2019, aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas no mês pssado, prevê um déficit de R$ 11,4 bilhões. Mas a equipe de Zema insistia num valor de R$ 30 bilhões já na transição. Com efeito, o deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB), líder da minoria, chamou o orçamento de “peça de ficção”. O número maior foi repetido no discurso de posse: “[a] previsão de déficit nas contas públicas ultrapassa os 30 bilhões de reais em 2019”.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro o déficit previsto é de R$ 9 bilhões, segundo o governador Wilson Witzel (PSC). A Alerj aprovou orçamento com rombo parecido, de R$ 8 bilhões. Já o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) prevê déficit de R$ 4 bilhões para este ano. O balanço do governo Sartori mostrava rombo de R$ 7,5 bilhões; a diferença se deve a dívidas do Palácio Piratini com a União.

Somando os déficits gaúcho e fluminense nas piores estimativas recolhidas, temos R$ 16,5 bilhões, cerca de metade do rombo mineiro.

A situação é ainda mais espantosa porque o ex-governador Fernando Pimentel (PT) sempre disse que a situação em Minas Gerais era melhor do que a de outros Estados. Em fevereiro de 2017, declarou que Minas “estava funcionando”, ao contrário de RS, ES e RJ, nos quais os serviços públicos “entraram em colapso”. Com efeito, o “ao contrário de outros Estados” deu a tônica até de vídeos institucionais do governo estadual que iam ao ar na TV.

Por que falar desses três Estados? Porque estão entre os maiores PIBs do País e todos declararam calamidade financeira em 2016: o RJ em junho, o RS em novembro e Minas em dezembro.

Reportagem de O Globo publicada neste domingo (6) mostra as várias agruras pelas quais o Rio de Janeiro passa. O estoque de medicamentos em hospitais está em 6% da quantidade ideal; o ensino não atingiu nenhuma meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2017; 4.500 casas estão sem previsão de entrega. Pode-se imaginar o que está prestes a ocorrer graças ao déficit de Minas.

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Publicado por
Cedê Silva