Em setembro, durante a campanha eleitoral, o Ministério Público Estadual de São Paulo apresentou a denúncia em que acusava Haddad de receber R$ 2,6 milhões de propina da empreiteira UTC Engenharia para pagamento de dívida contraída durante sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2012.
“Eu também sou réu no Supremo, e daí?” Foram as palavras escolhidas por Jair Bolsonaro para defender a nomeação de Tereza Cristina para o Ministério da Agricultura. Pois bem…
E daí que o bolsonarismo passou os últimos anos explorando como se representassem condenação em última instância qualquer menção a autoridade em basicamente qualquer notícia negativa. O expediente era encampado inclusive e principalmente pelos filhos do presidente eleito como forma de assassinar a reputação de adversários ou mesmo potenciais aliados – que eram assim tratados para não serem vistos como opções melhores dentro do próprio grupo.
E daí que é ainda mais complicado alguém da base do governo ser réu. Pois terá acesso a ferramentas que podem obstruir o trabalho da Justiça. E justamente por isso um réu fica impedido durante o processo de impeachment, ou o mesmo motivo que impede qualquer integrante da linha sucessória de assumir o Palácio do Planalto em mesma condição.
E daí que a nova régua do bolsonarismo não se aplica apenas ao governo, mas também à oposição. Se Fernando Haddad virou réu, e daí?