A CAMPANHA DE DILMA ROUSSEFF AO SENADO já gastou R$ 3,06 milhões. É mais do que a soma das campanhas presidenciais de Bolsonaro (R$ 825 000) e Marina (R$ 1,8 milhão). Os dados foram publicados pela Folha nesta quarta (12) com base em números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E não para por aí. Segundo o jornal, “a soma deve crescer ainda e bater o teto de R$ 4,2 milhões, uma vez que a campanha serve como plataforma para ecoar ideias defendidas pelo partido, entre elas a de que o impeachment foi um golpe parlamentar”.
A candidatura de Dilma é ilegal. É ultrajante que os tribunais eleitorais não tenham já derrubado o registro. Dilma foi impichada pelo Senado, e o artigo 52 da Constituição é cristalino:
“Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.”
Em 2000, Fernando Collor tentou se candidar a prefeito de São Paulo. O TSE cassou sua candidatura no fim de setembro.
Havia dois elementos em favor de Collor que não existem no caso Dilma: 1) Collor renunciou em 1992 antes do rito ser completado; 2) o prazo dos oito anos expirava em 29 de dezembro de 2000, antes, portanto, da posse do prefeito em 1º de janeiro de 2001. Mesmo assim, o TSE não teve dó.
No caso da campanha de Dilma, nem mesmo esses elementos existem. O impeachment foi até o fim, e completou apenas dois anos. E o fatiamento presidido por Ricardo Lewandowski foi inconstitucional.
Se Dilma chegar ao Senado, como indicam as pesquisas de intenção de voto em Minas, ganhará uma tribuna para inúmeros “cursos do golpe”. Naturalmente não vai mencionar as alianças de seu partido com congressistas que votaram a favor do impeachment.
Ladeada pelos colegas em Brasília, Dilma chamará de golpistas os mesmos que rasgaram a Constituição justamente para permitir que ela chegasse ali.