Campanha digital do PT ‘sem sinalizar ação política’ é revelada por ativistas

Campanha digital do PT: Wellington Dias foi difícil de engolir. Foto: Bruce Mars/Pexels

Campanha digital do PT: Wellington Dias foi difícil de engolir.

Foto: Bruce Mars/Pexels

UMA CAMPANHA DIGITAL DO PT que buscava ser realizada “sem sinalizar realmente ser uma ação política” vazou na noite deste sábado (25) após alguns ativistas digitais reclamarem, entre outras coisas, de receberem pedidos para fazerem publicações a favor do governador Wellington Dias (PT-PI), candidato à reeleição.

A jornalista @pppholanda descreveu a história em detalhes.

“Muitos ativistas das redes estão participando dessa ação. No Twitter, a proposta era criar um tweet por dia, se alinhado à (sic) uma pauta específica que nos enviavam por e-mail. Reforçando que o que nos foi passado é que seria uma campanha de esquerda, e não uma campanha partidária”.

Paula Holanda mostra prints de e-mails mostrando uma pauta para “divulgar & enaltecer a trajetória e as ações de Wellington Dias”.

 

E reitera:

“O combinado foi manter sigilo sobre a ação. Mas o combinado também foi que a ação seria de esquerda, não uma ação partidária“.

E conta que, após expressar suas discordâncias, foi expulsa do grupo no WhatsApp “da ação”, ou seja, da campanha digital.

O perfil @exuliane conta uma história semelhante.

Ao jornal Destak, a assessoria de Wellington Dias divulgou nota negando que a ação seja de responsabilidade de sua campanha, e afirmando ser um “movimento nacional”:

“Sobre a repercussão do nome do governador Wellington Dias nas redes sociais, em especial no Twitter, é importante esclarecer que esta não é uma atividade organizada pela campanha. O que se observa pelos comentários nas redes sociais e nos prints que circulam é que este é um movimento nacional, que simpatiza com a esquerda e com o Partido dos Trabalhadores. O governador Wellington foi incluído de alguma forma por fazer parte deste contexto”.

A nota faz sentido, já que, na narrativa de Paula Holanda, a primeira pauta da campanha digital era sobre Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT; e a segunda sobre Luiz Marinho, candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes.

Um print mostra que aos ativistas eram prometidas remunerações de até R$ 2 000 por mês, e outro, que um número de WhatsApp com DDD 31 (Minas Gerais) estava envolvido na verificação dos perfis. Aqui o nome do aplicativo é “Brasil feliz de novo”, slogan da campanha de Lula.

Muitos perfis diferentes afirmam terem recebido a proposta e não aceitado, como @normabnt, @Braungustavo e @sejehomi, o que comprova a autenticidade da história.

A Agência encontrou de fato tweets em favor de Wellington Dias, publicados no sábado (25). Um dos perfis se identifica como sendo do Rio de Janeiro.

A Agência continuará investigando este caso e deve trazer novidades nesta semana.

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