À medida que o movimento evolui na direção de um projeto de lei, a coisa se complica, porque o projeto de lei é prematuro, pelo fato de que não existe documentação científica a respeito do problema (do esquerdismo nas escolas e universidades). Você não pode começar um debate legislativo sem ter o debate científico primeiro. Acho que colocaram a carroça na frente dos bois. Nós não temos uma visão quantitativa da hegemonia comunista no ensino, e ainda estamos na esfera do argumento retórico.
‘Sou irresistível’, diz Olavo de Carvalho sobre ter indicado dois ministros
Em 2018, bastava a água bater na canela para Olavo de Carvalho se contradizer. Em especial, quando a greve dos caminhoneiros não rendeu o golpe de Estado que as entrelinhas das postagens do filósofo anteviam nas redes sociais. Mas, num momento em que a militância ainda celebra a vitória na corrida presidencial, seria natural ouvir do guru novas rimas para os gritos da torcida. No entanto, a breve entrevista ao Globo serviu para um registro mais definitivo das críticas que tem ao Escola Sem Partido.
Olavo as centrou na imaturidade da ideia. O que, em si, é estranho. Afinal, o debate esteve posto nos últimos anos sem que os pais da criatura se permitissem um mínimo de amadurecimento.
Se nem o intelectual que sugeriu o nome do ministro escolhido para a Educação acha que o Escola Sem Partido mereça ir adiante, por que deve ser feita a vontade de entusiastas menos versados?