Segundo o próprio ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci foi procurado entre 2013 e 2014 pelo caçula de Lula. Luís Cláudio Lula da Silva precisava de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões para o torneio Touchdown. Mas o delator achou prudente saber se o chefe o autorizava a levantar os recursos junto a “empresas conhecidas”. Foi quando ouviu do ex-presidente que o caso já havia sido contornado com o lobista Mauro Marcondes Machado:
“Ele (Lula) me disse que não precisaria atender ao pedido de seu filho porque ele disse que tinha resolvido o problema com o Mauro Marcondes. Ele me falou que empresas iriam pagar Mauro Marcondes, porque ele já prestava serviços a elas, e prestou nesta ocasião também, porque iam pagar quantia entre R$ 2 e R$ 3 milhões, e que o Mauro ia repassar recursos ao Luís Cláudio. (…) O ex-presidente me disse que tinha confiança no Mauro Marcondes e que o conhecia desde que era sindicalista no ABC e ele era atuante na área empresarial. Tinha razoável confiança nele. Me disse isso porque fiquei espantado com a forma como o ex-presidente teria interferido na MP de forma tão explícita. Mas ele me disse que ele era de confiança dele e que não haveria problema.”
Palocci delator diz que Lula negociou pagamentos para filho com lobista para beneficiar montadoras
Ligado ao setor automobilístico, Marcondes Machado fazia lobby pela aprovação de uma Medida Provisória que prorrogaria incentivos fiscais de montadoras instaladas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo a Operação Zelotes, o lobista teria oferecido R$ 6 milhões a Lula e Gilberto Carvalho para o financiamento de campanha do PT. Palocci testemunhou pela acusação.