MENOS DA METADE dos tanques, apenas 12 dos 50 helicóteros e 39 dos 128 caças da Alemanha estão em condições de combate. No fim de 2017, nenhum dos seis submarinos do país estava no mar. O diagnóstico foi publicado na The Economist.
Apesar desse sucateamento, os eleitores alemães não estão nem aí. Nas pesquisas de opinião que perguntam qual área deve ser prioridade, a defesa vem em último lugar.
Em 2014, os membros da Otan estabeleceram a meta de gastar 2% do PIB de seus respectivos países com defesa até 2024. É um número que a Alemanha está longe de alcançar – hoje está no 1,2%. Há muitas críticas de especialistas sobre essa métrica, já que medir gastos não é tão eficiente quanto medir resultados (como nós brasileiros bem sabemos das métricas constitucionais sobre gastos com saúde e educação). Mas essa é a métrica que “pegou”. Donald Trump reclamou neste mês dos aliados europeus que não investem 2% em defesa e até cobrou que pensem em dobrar a meta e gastar 4%.
Nem todos os vizinhos estão dando de ombros como os alemães. Suécia, Finlândia, Polônia e os países do Báltico estão trabalhando para melhorarem suas defesas e monitorar as atividades da Rússia, que, não custa lembrar, invadiu a Geórgia em 2008 e a Ucrânia em 2014. São invasões recentes, “botas no chão”, muito reais e bem depois da Guerra Fria.
Falta alguém acordar o eleitorado da Alemanha.