O GOVERNO BOLSONARO ESTÁ ABERTAMENTE usando a máquina pública para faturar votos entre os idosos.
Nesta quinta (17) o governo anunciou a assinatura de três medidas provisórias e um decreto, coletivamente chamadas de Programa Renda e Oportunidade.
Como já é procedimento-padrão, as medidas são anunciadas e assinadas sem a divulgação do texto, que só é revelado depois, com a publicação no Diário Oficial.
Pois bem. Com um decreto, disse o governo, o presidente Bolsonaro autorizou a antecipação do pagamento do 13º salário aos beneficiários do INSS.
“Serão contemplados com a antecipação cerca de 30,5 milhões de beneficiários em todo o Brasil. O pagamento ocorrerá em duas parcelas. A primeira, correspondente a 50% do valor do benefício, será paga entre 25 de abril e 6 de maio, conforme cronograma de recebimento dos benefícios. A segunda parcela será paga de 25 de maio a 7 de junho”, diz nota no site do Planalto.
“Em geral, o pagamento do 13º salário ocorreria somente nas competências agosto e novembro”, nos relembra o Planalto.
As eleições, como manda a Constituição, ocorrem em outubro. Novembro é meio tarde.
Não é só a antecipação do 13º do INSS que está na caixa de ferramentas de Bolsonaro.
Em fevereiro, A Agência antecipou que as novas regras da prova de vida do INSS podiam dar uma ‘forcinha’ para a reeleição do fã de Ustra.
Nesta terça (15), o próprio presidente confirmou nossa apuração.
Disse, com todas as letras, no Palácio do Planalto:
“Hoje o idoso, se não quiser, por exemplo, fazer a prova de vida no final do ano, prova física, é só ir votar. Votou, já fez a prova de vida” (assista).
A busca de Bolsonaro pelos votos dos idosos têm lógica.
A última pesquisa Datafolha, publicada em dezembro, mostra que a vantagem de Lula é bem menor entre os idosos do que no público em geral.