O MINISTRO ERNESTO ARAÚJO citou a ‘Isentolândia’, em sua conta no Twitter, mais vezes do que parceiros importantes do Brasil, como Alemanha, China, Noruega e Uruguai.
Em uma série de tweets na última terça livre de Carnaval (25), Araújo discorreu sobre a Isentolândia, que “adora criticar nossa aproximação com os EUA”, “gosta mesmo é da aconchegante economia politicamente controlada” e inclui o “neo-lulismo a ela atrelado (sic)“.
A palavra “isentolândia” aparece quatro vezes, mas a sequência tem, ao todo, 10 mensagens.
Quatro é o mesmo número de vezes em que Ernesto citou no Twitter o nosso vizinho Paraguai. Segundo dados do Itamaraty, o Paraguai abriga a segunda maior diáspora brasileira, atrás apenas dos Estados Unidos. Mais de 330 000 brasileiros moram no Paraguai – possivelmente, população maior que a da Isentolândia.
Um desses quatro tweets, porém, não é especificamente sobre o Paraguai, mas sobre o “kirchnerismo-petismo”, e cita o país por ter sido expulso do Mercosul em 2012 numa manobra de Dilma e aliados.
A conta de Araújo no Twitter foi criada em novembro de 2018, logo depois da vitória de Bolsonaro na eleição.
O nosso vizinho Uruguai, também parceiro do Mercosul, foi citado uma única vez. O Chile também só aparece em um tweet.
A Argentina foi assunto sete vezes, incluindo uma sequência de dois tweets. A Colômbia, três. O Equador, também quatro, como a Isentolândia.
Parceiras do Brasil no suspenso Fundo Amazônia, Alemanha e Noruega nunca apareceram em tweets do ministro.
A Itália teve dois tweets; a França foi citada uma vez.
Os EUA foram citados em 17 tweets, mas dois deles estão na sequência sobre a Isentolândia.
Os americanos ainda ficam atrás da Venezuela, que aparece no texto de 38 mensagens, incluindo como assunto de conversas com o embaixador britânico em Brasília, Vijay Rangarajan, e com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
A China recebeu dois tweets, ambos sobre a recente operação de resgate de brasileiros em Wuhan, que Bolsonaro inicialmente não queria fazer (“Se depender do presidente, não vamos buscar ninguém”).
Ernesto até hoje não twittou uma única vez sobre o Peru.