O INSTITUTO NACIONAL do Câncer (Inca) publicou em 2017 um documento técnico sobre as mortes relacionadas ao cigarro. Liderado pela pesquisadora Marcia Pinto, o estudo contou 156 000 mortes relacionadas ao tabagismo no Brasil em 2015. O número supera com folga a soma de todos os homicídios e mortes por acidentes de trânsito. Com efeito, um folder do Inca afirma que 12% das mortes no País podem ser atribuídas ao tabagismo.
A pesquisa faz três projeções sobre o impacto que o aumento do preço dos cigarros por meio de impostos teria na saúde e na arrecadação. Um aumento de 50%, por exemplo, salvaria 136 000 vidas e arrecadaria R$ 97 bilhões ao longo de 10 anos.
Outro documento do Ministério da Saúde, publicado no mesmo ano, é chamado Notas Técnicas para o Controle do Tabagismo. O texto cita uma pesquisa publicada na revista PLOS Med segundo a qual o aumento no preço dos cigarros foi o principal fator para a redução do tabagismo no Brasil entre 1989 e 2010.
Na última quarta (27), o ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu o grupo de trabalho criado por ele para analisar a redução de impostos de cigarros fabricados no Brasil.
Nesta terça (2), o jornal O Globo publicou que cerca de 600 padarias da Região Metropolitana de São Paulo decidiram parar de comprar cigarros, por causa da baixa margem de lucro. Ou seja: com o imposto caro, o fumante procura o maço e não acha.