Delator que levou à prisão de Temer também falou de Dilma

O delator José Antunes Sobrinho, em foto na CPI dos fundos de pensão: ele falou sobre mais de um ex-presidente. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O delator José Antunes Sobrinho, em foto na CPI dos fundos de pensão: ele falou sobre mais de um ex-presidente.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ENGENHEIRO José Antunes Sobrinho, dono da construtora Engevix e cuja delação serviu de base para o mandado de prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer nesta quinta (21), também já falou bastante de Dilma Rousseff. Em pelo menos duas oportunidades, porém, a delação de Antunes foi dispensada pela Lava Jato de Curitiba.

Em abril de 2016, reportagem da Época trouxe o seguinte:

“(…) No documento e em conversas com procuradores da República, Antunes disse ter pago propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB. Segundo ele, nos governos petistas, os dois patrocinaram a nomeação de afilhados políticos em estatais como Petrobras e Eletronuclear. Antunes também afirmou ter pago milhões em propina ao caixa clandestino do PT, em razão de vantagens indevidas obtidas pela Engevix na Caixa, no fundo de pensão do banco, a Funcef, em Belo Monte, na Petrobras e no Banco do Nordeste. Ainda de acordo com Antunes, o PT, em especial por meio de José Dirceu e João Vaccari, ambos presos na Lava Jato, também patrocinava afilhados políticos nesses órgãos públicos. Antunes disse que foi pressionado por Edinho Silva, então arrecadador de Dilma e hoje ministro no Planalto, a financiar a campanha da presidente em 2014.

Antunes e boa parte dos principais delatores da Lava Jato afirmam que esse modelo de negócios só era possível graças à maior das canetas: a do presidente da República. Sem ela, seja com Lula, seja com Dilma, nenhum desses afilhados políticos estariam nos postos para os quais foram despachados por PT e PMDB, os dois principais partidos da coalizão governista. Para manter boas relações com o Planalto, Antunes diz que pagou para ter a influência do advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma, conforme revelou ÉPOCA. Afirma que pagou, também, para a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que foi, até 2010, a principal assessora de Dilma (…)”

Em delação, Antunes Sobrinho contou que se encontrou com Carlos Franklin Araújo para resolver problemas da Engevix. Em um dos trechos, pode-se ler que “Sendo que não houve mais recados do Palácio do Planalto, e o colaborador entende que esta confiança se deu pelo apoio e interferência de Carlos Araújo”.

Não custa lembrar: graças ao povo mineiro, Dilma está sem foro privilegiado.

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