Sem cargo público desde agosto de 2016, Dilma Rousseff tem usado as redes sociais para fazer severas críticas à reforma da Previdência proposta pelo Governo Bolsonaro. É a postura esperada de uma integrante da oposição. Mas palavras duras não podem deixar a errônea sensação de que a Previdência Social não precisa ser reformada. Afinal, a própria ex-presidente, pouco antes de deixar o cargo, conclamava o povo brasileiro a “encarar” pauta tão complexa.
A agenda foi explicitada em janeiro de 2016, ainda que as ideias soassem genéricas, por vezes equivocadas. Mas era um primeiro passo neste sentido. Nas palavras da petista, era necessário aumentar a idade média com que a população brasileira se aposentava.
Em sua primeira entrevista em 2016, a presidente Dilma Rousseff defendeu a reforma da Previdência, justificando a sua necessidade ao dizer que “não é possível que a idade média de aposentadoria das pessoas no país seja de 55 anos“.
Dilma defende reforma da Previdência para garantir equilíbrio fiscal
A ex-presidente adiantava que seria necessário haver um período de transição do atual modelo para o que seria trabalhado. Mas prometia não mexer com o que chamava de “direitos adquiridos”, um eufemismo sacado pelo funcionalismos público na defesa dos privilégios da classe.
O estabelecimento de uma idade mínima não estava descartado. Mas havia também a alternativa do sistema de pontos que soma idade do contribuinte com o tempo de contribuição. Ao se atingir a pontuação mínima, que seria ajustada com o correr dos anos, o beneficiário poderia receber o salário integral.
É uma verdade a ser absorvida pela oposição, em especial, a esquerdista. O Brasil não pode se dar ao luxo de não fazer uma reforma tão complexa. A discussão há de ser feita a respeito da reforma que seria mais saudável para a nação – ou sociedade, para ficar num linguajar mais caro ao grupo.
Nas redes sociais, o projeto Quebrando o Tabu deu um primeiro passo. Dono de um discurso bastante progressista, falou aos milhões de seguidores que “a reforma da previdência não é questão de opinião, é matemática. Ela precisa acontecer. Podemos discutir como fazer, mas não SE tem que fazer“.
Por mais que tenha partido da gestão Bolsonaro, trata-se de uma questão do País, do povo brasileiro. É preciso encarar o desconforto de sentar na mesa com adversários políticos. E negociar para que as futuras gerações não recebam os rejeitos desta, mas os frutos dos melhores esforços.