Enquanto estas palavras são escritas, a crise instaurada por Carlos e Jair Bolsonaro inicia o sexto dia sem que o Diário Oficial traga a exoneração daquele que o clã vende à opinião pública como traidor. Mas o que Gustavo Bebianno sabe que faz com que o presidente da República se sinta impotente para derrubá-lo? O DOU de 14 de janeiro de 2019 pode jogar uma luz no mistério.
Conforme publicou o UOL em 18 de janeiro, Taíse de Almeida Feijó havia se tornado assessora do gabinete do secretário-geral da Presidência. Pelo trabalho, receberia salário de R$ 10,3 mil por mês. O mais interessante, contudo, era a ocupação anterior. A gerente de projetos atuara por 8 anos na AM4 Inteligência Digital, empresa contratada pelo PSL para a campanha de Bolsonaro. Mais do que isso, era quem na agência tinha acesso ao Yacows, serviço que vendia “disparo em massa” para redes como o WhatsApp.
Ainda durante o segundo turno de 2018, a Folha de S.Paulo denunciou que empresários bancavam com milhões de reais este tipo de ação – o que era sabidamente ilegal – em benefício daquele que se tornaria presidente da República. Horas após a publicação da reportagem, o conteúdo da campanha de Bolsonaro foi apagado do sistema. Havia mais de 8 mil número telefônicos em apenas uma das listas de contatos apagadas.
Quando questionado, o gabinete de Bebianno respondeu que a nomeação de Taíse se deu por “critérios técnicos, após avaliação curricular e entrevista“. Fica a dúvida se ela continuará no cargo quando – ou se – o secretário-geral deixar o Governo Bolsonaro. Ou ainda se o exonerado mudará a versão destacada nas aspas.