‘Virada do Haddad’ pode reproduzir derrota de 2016

Evento de 'virada do Haddad' em 2016: para toda tese há uma antítese. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

TODO MUNDO DEVE SE LEMBRAR da ‘virada do Haddad’ em 2016. Por muito tempo o então prefeito de São Paulo ficou empacado no 4º lugar nas pesquisas eleitorais. Celso Russomano, Marta Suplicy e depois João Doria disputavam as vagas para o 2º turno.

Eis que, as vésperas da eleição, o PT investiu todas as suas forças na ‘virada do Haddad’. Criou-se um clima de rápida ascensão, numa tentativa de profecia auto-realizável. Lula foi a uma manifestação no centro da cidade. O coro da torcida era “ôôô / Haddad já virou”.

E o resultado foi um tremendo fracasso. Parte do eleitorado de Russomano e parte do de Marta, temendo a ‘virada’, migrou de voto e carimbou a vitória de Doria no primeiro turno, feito inédito em São Paulo desde a implementação da eleição em duas etapas. Doria teve 53% dos votos válidos, contra 16% de Haddad. Como é sabido, a soma de nulos e brancos (1,1 milhão) superou a votação no petista (967 000).

A pesquisa Ibope divulgada pelo Jornal Nacional nesta segunda-feira (1º) parece indicar caminho semelhante, a se confirmar nos próximos e derradeiros dias.

Bolsonaro oscilou 4 pontos para cima, chegando a 31% das intenções de voto. Já Haddad estacionou nos 21% e viu sua rejeição disparar de 27% para 38%.

De onde veio o crescimento de Bolsonaro? É possível especular. Ciro oscilou 1 ponto para baixo, e Marina, 2 pontos. O “não sabe/não respondeu” também caiu em 2 pontos, de 7% para 5%.

É interessante notar que a pesquisa foi feita neste fim de semana (dias 29 e 30), marcado pelos protestos do #EleNão. E que o crescimento de Bolsonaro tenha sido de 6 pontos entre as mulheres, contra 3 pontos entre os homens.

A ‘virada do Haddad’ de 2016 pode acabar se repetindo.

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