A obsessão de Eduardo Bolsonaro com Brilhante Ustra

Brilhante Ustra, em 2013: em boca de Bolsonaro é elogio? Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Brilhante Ustra, em 2013: em boca de Bolsonaro é elogio?

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O DEPUTADO FEDERAL EDUARDO BOLSONARO (PSL-SP) assinou um artigo no jornal  Hora Extra de Goiânia intitulado “Se permitirmos, amanhã Moro será o novo Coronel Brilhante Ustra”. Foi uma tentativa de elogio.

No texto, escrito logo após o juiz Sergio Moro trabalhar para impedir a soltura de Lula, o parlamentar convida os leitores a desmentir e rebater os “trouxas artistas” e “pseudo intelectuais” que “pintarão onde puderem que Moro é um facínora, quiçá um torturador”, “enredo” lançado para cima de Brilhante Ustra.

Não parou por aí. Doze dias depois da publicação do artigo, na convenção que lançou seu pai candidato à Presidência, Eduardo Bolsonaro comparou outra pessoa a Brilhante Ustra: Janaina Paschoal. Disse ele: “soldado nosso não fica para trás. Não permitam que demonizem a Dra. Janaina para que ela se torne um novo Ustra.”

A advogada e professora não gostou. Contou depois à Jovem Pan:

“Era como se eu tivesse tomado um soco na cara. Esse foi o meu sentimento (…) Só que eu tenho que ter a clareza de compreender que a intenção do deputado não foi essa”.

Em justificativa de um projeto de lei, Eduardo Bolsonaro escreveu que “não cabe defesa à tortura, mas esta, se ocorreu, não precedeu ao terrorismo”. E acrescenta: “os militares, em especial, e os demais agentes públicos cumpriram sua missão tendo seus eventuais excessos apurados e punidos como de praxe se faz na caserna”.

Eu também espero que o deputado nunca se torne um Brilhante Ustra.

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