A mera massificação da expressão “kit gay” já é uma vitória de Bolsonaro

Na eleição de 2010, Dilma Rousseff comprometeu-se com dois grupos que tinham agendas opostas: ativistas LGBT e líderes evangélicos. Dando satisfações ao primeiro, elaborou uma cartilha que tentava, ainda que por um material de qualidade duvidosa, combater a homofobia antes mesmo de o brasileiro chegar à vida adulta.

A bancada religiosa interpretou a iniciativa como uma tentativa de estimular estudantes a se tornarem homossexuais. E espalhou a versão de que o Ministério da Educação estava distribuindo um “kit gay” nas escolas públicas.

Já na época, a imprensa caiu na armadilha e, talvez por economia de caracteres já que títulos mais concisos oferecem uma leitura melhor, passou a usar a expressão, ainda que entre aspas. Sete anos depois, o estrago estava feito. E 48,4 milhões de eleitores de Bolsonaro acreditavam na versão equivocada apresentada por ele na mídia.

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